sexta-feira, novembro 22, 2024
DESTAQUES

Centenas de pessoas saem semanalmente de Paraibano

A maioria dessas pessoas vão em busca de empregos no sudeste do país

Saiu na manhã desta segunda-feira (20.01) outro ônibus cheio de paraibanenses com destino  (na sua grande maioria) à cidade de São Paulo. A cena se repete todos os dias da semana, com destaque para o dia de sexta-feira, como tem acontecido nas últimas semanas de dezembro e agora janeiro. Dezenas de homens e mulheres na faixa etária mais produtiva de suas vidas (entre 18 a 35 anos) se despedem dos familiares entre abraços, soluços e algumas lágrimas de saudade antes mesmo da partida. “É muita emoção! É uma mistura de alegria com tristeza e a gente já fica com saudade só de olhar eles entrando no ônibus…” disse Alzenir (54) mãe de Valdejane (34) ao abraçar o filho e os netos que vieram passar o natal e ano novo em Paraibano.Valdejane mudou para São Paulo há alguns anos onde mora com a esposa e filhos. Igual a Valdejane centenas de conterrâneos saem semanalmente do município de Paraibano com destino a várias capitais brasileiras em busca de oportunidades e melhores condições de vida, como exemplificou Antonio F. da Costa (30) morador do bairro Marajá: “A gente vai embora por que em Paraibano não tem oportunidade para todo mundo trabalhar e a gente precisa sustentar a família” disse Antonio que estava levando dois jovens do mesmo bairro, todos prontos para embarque. Perguntado sobre a estadia na cidade natal, o mesmo respondeu “Foi boa enquanto a gente tinha dinheiro que trouxemos de São Paulo. Agora que acabou vamos voltar e trabalhar lá”. Os jovens revelaram que vão para trabalhar no setor da área de construção civil.exemplo1

A rodoviária de Paraibano estava lotada na manhã desta sexta-feira (17.01). A reportagem do Paraibanomanews perguntou ao Sr. Riquendes Ricardo encarregado da venda de passagens da empresa Marilene Turismo, sobre o grande movimento no local. Ricardo disse que naquele momento (9:15 h.) tinha uma média de 80 passageiros que embarcariam em dois ônibus, mas que mais cedo por volta das 8 horas havia embarcado mais dois ônibus com passageiros. O encarregado disse que durante os dias da semana a média é de 25 a 30 passageiros e que na sexta-feira o número aumenta: “São mais de 500 pessoas que viajem durante a semana e na sexta fica esse movimento todo, só hoje deve ter embarcado umas duzentas pessoas, mais cedo já saíram ônibus lotados e agora você está vendo mais dois para saí…” perguntado quais os destinos para onde foram vendidos mais passagens, o encarregado da empresa Marilene Turismo, informou que foram para Goiânia, Brasília e São Paulo: “São pessoas que vieram para passar o natal e ano novo com as famílias e que agora estão voltando” Disse Ricardo.A reportagem registrou a presença de muitos passageiros que estavam viajando para o sudeste pela primeira vez a maioria sendo levado por amigos ou parentes. Além dos passageiros estavam também pessoas enviando encomendas para amigos ou familiares: “Estou enviando uma encomenda para a minha menina” disse a professora Vera. Já a professora Darcí falou que estava embarcando outro filho, haja vista já tinha um outro filho São Paulo esperando o irmão. Nos semblantes desses passageiros um misto de esperança: “A gente espera que a viagem seja boa e que tudo der certo em São Paulo” disse um jovem colocando as malas no bagageiro do ônibus. Para a jovem J.S.B. de 23 anos, o motivo da sua viagem era outro: “Eu estou indo, antes do meu irmão para Brasília, quando começar os cortes de cana no Mato Grosso, meu irmão deve ir e vai ficar só minha outra irmã com meus pais…”. Perguntada por que, ela não esperava o concurso público, a jovem explicou: “As vagas do concurso são poucas e o preço da inscrição é alto… A concorrência vai ser grande e muita gente vai embora depois, você vai ver”. A reportagem entrevistou um funcionário da empresa de ônibus que revelou que essa situação se repete em várias rodoviárias de cidades do Maranhão por onde o ônibus tem parada. O motivo principal é a falta de empregos, principalmente para os jovens: “Paraibano, não é uma exceção” disse.

O movimento de homens, deixando mulheres e filhos ou pais é uma cena que mexe com a emoção de cada um: “Eu queria que ele ficasse aqui, me ajudando a criar nossos filhos, o meu menino de dois anos chorou demais ontem quando soube que o pai ia para longe, é sempre muito triste essas idas… e quando a gente vê a televisão mostrando tanta violência nas cidades grandes à gente fica pensando se ele vai voltar… Mas a gente precisa criar nossos filhos, né? Então a gente entrega a Deus!” disse uma esposa que preferiu que seu nome não fosse revelado.

Quando o ônibus partiu, muitos rostos estavam visivelmente tristes e de cabeças baixas muitas pessoas retornaram para suas casas para recomeçar a velha rotina de quem ver um ente querido partir em busca de melhoria de vida para a família. Esse é o retrato da maioria das cidades do interior do Maranhão, principalmente nos finais das férias, são emoções que sempre se renovam. “A gente espera que tudo der certo” como disse o jovem do Marajá.

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