Promover a articulação entre os diversos atores sociais para assegurar a execução do Programa Mulheres Mil de acordo com a sua metodologia específica. Esse foi o objetivo do I Seminário de Formação do Pronatec Mulheres Mil, organizado pela Pró-reitoria de Extensão do IFMA, entre 25 e 27 de março, em São Luís (MA). O evento discutiu a migração do Programa Mulheres Mil para o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). “São dois programas de grande alcance social caminhando de mãos dadas”, observou o reitor Roberto Brandão. “A metodologia do Programa Mulheres Mil já foi testada e aprovada e precisa ser incorporada pela equipe do Pronatec, de forma dar respostas concretas à sociedade”, prosseguiu o reitor. Participação da sociedade Participaram representantes da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Agricultura Familiar (SEDES), da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social de São Luís, autoridades de diversos municípios maranhenses, além de servidores dos campi do IFMA, da Pró-reitoria de Ensino, da Pró-reitoria de Extensão e da equipe sistêmica do Pronatec.Segundo o pró-reitor de Extensão, Marco Torreão, a meta é que o Maranhão seja um exemplo de excelência na implantação dessa nova experiência. “É necessário que se faça um elo bem sucedido nessa formatação para que o Programa Mulheres Mil conserve a sua essência, mesmo com a implementação da bolsa formação”, afirmou. Programação Durante o encontro houve a apresentação geral do programa, além orientações sobre adesão ao Pronatec Mulheres Mil, discussão sobre processo de mobilização, seleção e matrícula, metodologia de acesso, sistema de permanência e êxito, comunicação e disseminação da informação, educação financeira, plano educacional, itinerário formativo, programa de estágio e empreendedorismo. Foram realizadas oficinas e constituídos grupos de trabalho para construção do cronograma de seleção e início das aulas. Houve também, relato das experiências dos campi Monte Castelo, Timon, Caxias, Buriticupu, São Raimundo das Mangabeiras, Centro Histórico, Imperatriz e Pinheiro.
Natália Ramos, representante do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), parabenizou a iniciativa do IFMA em qualificar a equipe. “Foi uma grande oportunidade para trocar experiências”, avaliou. “Reiteramos a disponibilidade do MDS em receber a todos para sintonizar a parceria”, concluiu. Pioneirismo
“Não se trata de adquirir só um conhecimento específico”, ponderou Regina Muniz, diretora geral do Campus Monte Castelo – pioneiro do programa no Maranhão. “As alunas aprendem a decidir, contribuir e dar a sua opinião”, afirmou.
“O programa nos faz muito feliz, os professores são ótimos e qualificados, avaliou Cristina Silva, moradora do bairro Divinéia que conquistou uma vaga de copeira no Campus Monte Castelo, após participar do programa no ano passado. “Tem sido uma grande ajuda na vida das pessoas carentes e uma vitória para cada uma de nós”, ponderou Marly Araújo, também aluna do campus através do programa, que integrou a mesa de abertura do evento, ao lado da diretora Regina Muniz, da gestora do programa Dayse Araújo, de Sulamita Rodrigues (SEDES), do pró-reitor Torreão, de Natália Ramos (MDS), do diretor de Relações Institucionais do IFMA Jairo Yves, do coordenador geral do Pronatec Washington Conceição e de Edvânia Coelho (Secretaria de Assistência Social de Paraibano). Números positivos
No Maranhão, em 2009, 135 mulheres em situação de vulnerabilidade social foram qualificadas no Campus Monte Castelo, nos cursos de Conservação, Congelamento e Preparo de Alimentos e de Artesanato/Biojoias. Em 2013, esse número cresceu para 1.127 mulheres certificadas em 15 municípios e 22 cursos diferentes. E para o 1º semestre de 2014, já foram realizadas 1045 matrículas. “Vamos prosseguir nesse grande trabalho em prol das mulheres da sociedade maranhense”, afirmou Dayse Araújo, gestora do Programa Mulheres Mil no estado. O que é o Programa Mulheres Mil ?
O “Mulheres Mil” foi implantado, como programa piloto, em 2007, na Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica em parceria cooperativa com o Sistema de Faculdades e Institutos Canadenses, representados pela Associação das Faculdades Comunitárias Canadenses (ACCC). Em 2011, constitui-se como Programa, através da Portaria do Ministério da Educação (MEC) nº 1.015, de 21 de julho de 2011, como uma ação integrante do Plano Brasil Sem Miséria (BSM).
O Programa insere-se no eixo de Inclusão Produtiva do BSM e tem por objetivo propiciar o acesso de mulheres em situação de vulnerabilidade social (inscritas no Cadastro Único) a oportunidades de ocupação e renda por meio da oferta de cursos de formação inicial e continuada com carga horária mínima de 160 horas ministrados pelos Institutos Federais.
O conteúdo ministrado nas aulas é construído a partir do diálogo com as próprias alunas, sendo considerado o histórico de vida dessas mulheres e a baixa autoestima que elas carregam, a partir de instrumentos como identificação de saberes, mapa da vida e construção de portfólio.
Para que o programa seja implementado de forma efetiva, é necessário contar com o apoio das secretarias municipais responsáveis pelas políticas de assistência social, de trabalho, de saúde, de educação, entre outras.
A partir desse ano, o Programa Mulheres Mil será integrado ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, com o recebimento de bolsa formação pelas alunas e constituição de grupo de professores e apoio administrativo específico para o trabalho.