São João dos Patos:Corpo de Mulher é Desenterrado Meia Hora Após o Sepultamento Por Briga Pelo Terreno
Os cemitérios da região do médio sertão maranhense foram construídos há mais de 50 anos e a maioria deles não têm mais espaço para receber novos sepultamentos. Já há casos em que uma só sepultara chega a ser reaberta por três vezes, e parentes que não visitam os túmulos de entes queridos há mais um ano podem ter a ingrata surpresa de encontrar no local outra sepultura de falecido desconhecido. A maioria das cidades da região tem apenas um cemitério. Em Paraibano foi construído um novo cemitério no ano passado, mas ainda não foi inaugurado (até por que ninguém deseja inaugurar a não ser oficialmente) e falta alguns detalhes para terminar. O Local fica no Residencial João Furtado, longe do centro o que dificulta o cortejo que ainda são feitos com caminhada.
No cemitério do centro de Paraibano a reportagem não contabilizou o número de sepulturas, mas faz uma estimativa de mais de 5 mil e não há mais espaços para sepulturas virgens. Os cemitérios dos municípios dessa região já se encontram no centro da cidade e as pessoas pedem a interdição desses locais diante do risco de contaminação. Em Paraibano o caso é mais grave. O cemitério fica ao lado do Hospital Municipal e a cisterna e caixa d’água do órgão de saúde fica colado ao muro a poucos metros da sala de cirurgia e área para internação e isolamento de pacientes com doenças infectocontagiosas. Existem moradias também ligadas ao cemitério em Paraibano. Até mesmo a Câmara Municipal de Vereadores fica a poucos metros. Já houveram requerimentos de parlamentares o que foi atendido pela administração pública municipal ao construir o novo cemitério.
As outras cidades da região a situação dos cemitérios é idêntica.
Essa semana a superlotação de cemitério causou uma situação até então inédita. Em São João dos Patos familiares de uma senhora que foi enterrada no Cemitério São João Batista, passaram por momentos constrangedores até mesmo na hora da morte. O caso causou polêmica na cidade. Segundo informou o site O Quarto Poder, o corpo de Aldenora Coelho Noleto (83), moradora da Rua 13 de Maio Bairro Trincheiras e mãe de 8 filhos, teve a cova reaberta meia hora após o enterro. O motivo: o espaço onde o corpo de Aldenora foi sepultada pertencia a outra família. A pessoa que alegou o espaço foi Dona Josefa do Louro que pediu que o corpo fosse exumado e enterrado em outro lugar. A família da recém-falecida Aldenora, surpresa afirmou que não seria prudente fazer isso. Mas não houve acordo por parte de D. Josefa que após polêmica arcou com as despesas da ré-abertura das covas (para exumar o corpo e outra para ré-enterrar a falecida). O lamentável episódio foi parar nas ondas do rádio do Programa “A Verdade” do não menos polêmico Chico Arara.
O caso das covas envolve uma família tradicional de São João dos Patos. A falecida, Aldenora Coelho é mãe de Eunice Coêlho pertencente ao clã dos Coelhos onde já houve inclusive parente prefeito da cidade. Conforme um morador de São João dos Patos em e-mail a este site, revelou que o “espaço” da sepultura foi comprado do ex-prefeito Coelho.
Já para Dona Josefa (conforme o site o Quarto Poder) o terreno dentro do cemitério pertence à família dela. O corpo de D. Aldenora foi enterrado mas o caso não. Populares de São João dos Patos ainda mantém viva a polêmica.
Como os cemitérios nessa região são públicos, a pá de terra sepulcra desse caso caiu sobre a Prefeitura Municipal de São João dos Patos que informou que nunca recebeu denúncia sobre o terreno e que tomará as providencias necessárias. Para as autoridades isso é considerado crime e que a polícia deve tomar as medidas cabíveis.
Os prefeitos e prefeitas de municípios dessa região devem (com a licença da palavra) ficarem “vivos” para esse tipo de situação. Caso como o acontecido em São João dos Patos podem se multiplicar devido a superlotação dos cemitérios. Por sete palmos de terra pode haver brigas enormes e na hora da morte a única coisa se negociava até há pouco tempo era com a funerária. Se os prefeitos não quiserem que as urnas eleitorais virem caixão é melhor começarem a mudar a situação dos vivos e dos mortos ou os seus “votos” vão para a sepultura e não TRE que exume. Reportagem :Léo Lasan com matérias-fotos do site O Quarto Poder/Antonio Luis