quinta-feira, novembro 21, 2024
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Legado dos $arney$:Maranhão é destaque de fome e miséria na imprensa nacional

É de cortar o coração de quem acredita no futuro das crianças

Criança adormece com fome. Vergonha para o Maranhão
Criança adormece com fome. Vergonha para o Maranhão

O Maranhão foi destaque mais uma vez em rede nacional sobre a má qualidade do ensino e precariedades das escolas públicas, principalmente no interior do estado. Segundo reportagem exibida no telejornal Bom Dia Brasil da Rede Globo, alunos do município de Bom Jardim, a 277km de São Luís, estão sendo liberados mais cedo devido a falta de merenda escolar, deixando os alunos com fome e afetando o rendimento escolar. A reportagem mostrou ainda escolas sucateadas e sem condições de receber os estudantes. Outra denuncia grave apresentada pela reportagem foi a falta de banheiro nas escolas, obrigando os estudantes e professores a usarem terrenos próximo as instituições, que muitas vezes ainda são feitas de barro e sem energia elétrica.

“É necessário sair mais cedo por conta da falta de alimentação na escola e o trabalho fica prejudicado”, afirmou um professor à reportagem. Já a mãe de um aluno, reclamou da falta de merenda escolar “Se eu não tiver dinheiro para dar para ele comprar um lanche, eu não trago ele para a escola, porque do jeito que as coisas estão não tem jeito”.

A Promotoria de Justiça de Bom Jardim, após receber diversas denúncias, já havia ingressado, no início desse ano com uma Ação Pública com pedido de Liminar cobrando a regularização do fornecimento de merenda escolar. De acordo com as denuncias recebidas pelo Conselho Tutelar da cidade, várias escolas já estariam sem merenda escolar, o que levou na época à diminuição em uma hora diária na carga horária dos estudantes. A assessoria do município afirmou não possuir atualmente recurso para regularizar a situação da falta de merenda escolas nas escolas da cidade.

Roseana e o seu secretário de educação Pedro Fernandes. Vergonha. foto:Leo Lasan
Roseana e o seu secretário de educação Pedro Fernandes. Vergonha. foto:Leo Lasan

Condições precárias em escolas e creches, além da miséria nas cidades no interior do estado têm sido mostradas constantemente na imprensa nacional. E parece que pouca coisa mudou durante os anos. Segundo o estudo Escolas Esquecidas, pesquisa realizada pelo Instituto CNA, ligado à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, o país possui 508 escolas rurais que não possuem condições de infraestrutura e baixa aprovação de alunos. Só no maranhão, segundo a pesquisa, 22 escolas possuem péssimas condições como falta de salas, cadeiras, e falta de merenda escolar o que eleva o número de estudantes que decidem abandonar os estudos.

O Fantástico chegou a noticiar no inicio desse ano algumas dessas escolas no município de Codó, a 297km de São Luís. A reportagem da revista eletrônica apurou as péssimas condições das escolas no município que são construídas em chão de areia e paredes de barros e não possuem banheiros, mesas, cadeiras e quadros, além de cozinha e consequentemente falta merenda escolar na maioria das escolas.

Outro município que foi destaque na imprensa nacional foi Belágua, a 283km da capital, após ser considerada cidade com maior quantidade de votos proporcionais para a então candidata a presidência Dilma Roussef, nas eleições desse ano (quase 94% dos votos dos 3.558 votos no segundo turno). O município que segundo pesquisa realizada pelo IBGE em dezembro do ano passado, saltou mais de mil posições no ranking de cidades por PIB per capita, ainda convive com a pobreza e a miséria da grande maioria dos moradores da região, que tiram seu sustento principalmente de programas de assistência social do governo federal e venda da farinha de mandioca.

Pelos dados do governo federal, Belágua está entre os 10 municípios com a maior quantidade de pessoas que recebem o Bolsa Família, com 96% dos moradores cadastrado no programa do governo federal, ocupando o oitavo posto em nível nacional. São 1.814 famílias beneficiadas do total de 6.524. Segundo ainda pesquisa elaborada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), 93% da população do município vive abaixo da linha da miséria (em regra, a marca é de 70 reais).

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