IGREJA DE N. Sra. Do Carmo Na Vazante É Inaugurada Por Dom Enemézio

Há anos uma das maiores comunidades do município de Paraibano, lutava para construir uma igreja. Somente agora o sonho foi realizado, graças ao esforço da senhora Maria Salomé Teixeira Barbosa. Forma dias e noites de trabalhos com senhoras de povoados vizinhos. Em agosto de 2014, após arrecadarem recursos com diversas atividades, foi iniciada a construção em um terreno onde antes era uma mata cercada de arame. Primeiro uma choupana coberta de palha e cercada de lona, onde a comunidade rezava. Cinco meses depois a choupana virou capela está coberta de telha, paredes pintadas de branco, bancos, altar, imagem de Nossa Senhora do Carmo e recebeu para a sua inauguração, algo inédito, a visita e bênção do bispo da Diocese de Balsas, Dom Enemésio Ângelo Lazzaris. No sábado 24, o bispo em companhia dos padres Iran Gomes (padre de Paraibano) e Felix Cardoso (Riachão) em procissão caminhou aproximadamente três quilômetros desde a Vazante do Choco Barros, passando pela Vazante do Zé Batista, até chegar na Vazante onde a igrejinha foi erigida. Para Salomé uma espécie de líder comunitária, o nome da igreja foi uma homenagem à Dona Ducarmo mãe do cardiologista Dr. Bonifácio, personalidade considerada como herói, por feitos na área da medicina no Maranhão.

O bispo Dom Enemézio fez o rito inicial abençoando a igreja, aspergindo o altar, as paredes e os fiéis com água benta: “Abençoai Senhor essa água, criatura tão importante nesse mundo, e que nós sempre cuidemos das águas, sinal de tua graça quando recebemos no batismo, lavando da mancha do pecado original… que permaneçamos Senhor na tua presença, e recordemos sempre o compromisso que temos com o que Deus criou. Sobretudo com a água” disse o bispo. Dom Enemézio continuou a missa falando da natureza: “Eu quero dizer o quanto é abençoado esse templo, essa casa onde devemos adorar somente a Deus… Mas não é só no templo que se adora a Deus, a gente adora Deus, passando em uma caminhada como essa, vendo tantos pés de sapucaia, a gente pede perdão a Deus por ter tanta gente cortando tantas árvores de sapucaia, desmatando, cortando essa mata bonita que tem ainda aqui… A principal casa de Deus não é o templo de pedra, somos nós, a verdadeira casa mais bonita, onde Deus gosta de morar, é o nosso coração… Mas é importante que as comunidades tenham esses pontos, esses locais para missas… Então parabéns para essa comunidade, por terem colocado N. Sra. Do Carmo como padroeira…” enalteceu o bispo que pediu uma calorosa salva de palmas para a igreja e comunidade.

Dom Enemézio Lazzaris destacou que muitas pessoas não acreditam quando um bispo vai a uma comunidade: “ Muitos dizem: Ah! O Bispo? Não vem nunca aqui…Não adianta nem convidar… Eu digo: Adianta sim. Dos sete anos que eu estou como bispo aqui, talvez dos 90% dos convites que as comunidades me têm feito eu tenho ido… Na verdade é o pessoal que não convida… Se não dá para ir esse ano, dá no próximo ano! Mas eu costumo dá muita importância aos convites que as comunidades me fazem! Assim dá para conhecer as comunidades, os lugares…” afirmou Dom Enemézio.

A liturgia falava da profecia de Jonas em Nínive. Padre Iran Gomes falou sobre o Evangelho de Jesus segundo Mateus. O bispo elogiou as pessoas que lutaram para a construção da igreja e falou da sua alegria em participar do momento festivo e acrescentou: “ Há muitas comunidades espalhadas por esse mundo a fora, por essa diocese, que não tem um templo, comunidades das nossas periferias nas grandes cidades com até 40 mil habitantes sem um templo para rezar, muita gente católica no meio dessas comunidades, mais poucas pessoas que se interessam, esperando o papa Francisco construir um templo naquele lugar… A igreja somos todos nós, não vamos esperar tudo do papa, do bispo, do padre, é preciso que em comunhão, em sintonia, em unidade com a igreja local, com a Diocese, a gente tome inciativas como vocês aqui fizeram”.

Dom Enemézio fez uma explanação sobre as orientações da igreja, dos conselhos comunitários, para dinamizar e coordenar as atividades religiosas em sintonia com a paróquia. Na segunda palavra sobre a liturgia, o bispo disse que a palavra que vai ser mais falada na quarta-feira de cinzas vai ser Conversão: “Convertei e Crer no Evangelho. Essa vai ser a palavra de Deus nessa semana. A conversão leva a um caminho de mudanças, de vida, de rumo, acolher a palavra de Deus que vai ser luz. Alimento e iluminar a estrada que eu devo percorrer” afirmou o bispo, que explicou a profecia de Jonas em Nínive.

A líder comunitária Salomé fez um depoimento sobre a trajetória para construção da igreja, destacou os companheiros e companheiras na caminhada e também fez desabafos: “Lembro-me o que o padre Cardoso me disse quando aqui ainda estava iniciando as obras: Salomé, agora você tem que ser surda, cega e muda, por que você vai ver e ouvir aquilo que quer e não quer… e tudo isso é verdade” declarou Salomé, que apontou diversas situações em que quase a fizeram desistir e só não as fez por que o seu marido foi um grande herói em apoiá-la em todos os momentos. Salomé agradeceu a todos e pediu que a comunidade não esfriasse a fé e continuasse em frente para melhorar a obra de Deus: “Aqui é o lugar de Jesus, aqui é o nosso lugar” finalizou.

O promotor aposentado José do Egito, também fez uso da palavra durante a missa. (o site fez uma entrevista com José do Egito que postará depois).

Após a missa houve um leilão para arrecadar mais recursos para a igreja. No mesmo sábado, o bispo e os padres também inauguraram as reformas da matriz Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em Paraibano.

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