domingo, novembro 24, 2024
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“CAEMA VAI CONSTRUIR UM NOVO ESCRITÓRIO EM PARAIBANO” diz ex-gerente em entrevista.

Na última quarta-feira (15/04) o Diretor de Operação e Manutenção da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (CAEMA), Nelson Cavalcanti deu posse a Hélio José Pereira (52) como novo gerente regional de negócios da companhia em São João dos Patos. Nelson Cavalcanti esteve representando o Governador Flávio Dino e o Diretor Presidente da CAEMA Davi Telles. Hélio Pereira substitui José Nilson Coelho de Oliveira, engenheiro mecânico que gerenciou a companhia desde 2012.

O site Paraibanonews fez duas entrevistas. A primeira com José Nilson  o ex-gerente da regional da CAEMA e a segunda entrevista com Nelson Cavalcanti Diretor de Operação e Manutenção da CAEMA. Veja a seguir.

José Nilson teve um dos piores momentos da companhia na região. A destruição do prédio da companhia em Paraibano em junho de 2013, quando populares inconformados com a insuficiência de água durante anos fizeram manifestação, derrubaram muros, destruíram o escritório e casa de máquinas e atearam fogo no prédio da CAEMA. Foi uma das piores noites para a companhia, que pediu a presença da Polícia Militar, houve tensão, confusão e vândalos ameaçaram também destruir o prédio da Prefeitura Municipal. Para apagar o incêndio dos ânimos da população, José Nilton esteve horas depois no local e fez promessas, algumas cumpridas outras não mas que agora depois de quase dois anos, diz que a companhia vai construir um novo escritório. O prédio da CAEMA que fica na principal avenida da cidade  continua pior do que estava, coberto de mato, serve como depósito de lixo e também como local para animais e usuários de drogas. A entrevista abaixo foi concedida a Léo Lasan.

“A CAEMA vai construir um novo escritório em Paraibano”

José Nilson  Foto: Antonio Luis.
José Nilson em Foto de Antonio Luis.

 A revelação acima foi dita pelo o ex-gerente regional José Nilson Oliveira ao site Paraibanonews em entrevista na última quarta-feira 15/04 logo após a posse do novo gerente regional da companhia, Hélio Pereira. Segundo José Nilsom a demora na reforma das instalações prediais e da construção do escritório se deve aos problemas quando há praticamente dois anos a população se manifestou e alguns vândalos derrubaram o escritório, muros e atearam fogo na casa de máquinas da companhia. Isso tudo envolveu polícia, perícia e até mesmo o Ministério Público. “Passamos todo esse tempo sem mexer, por que houve muitas coisas que precisaram ser analisadas, no ano passado recebemos a documentação autorizando derrubar o restante do escritório e fazer um novo, limpar e murar, o escritório seria construído em um espaço na casa de máquinas do Projeto Alvorada, só que o Dr. Felipe superintendente da CAEMA no interior, afirmou que não vai ser mais na casa de máquina e sim fazer um novo escritório, disse que o projeto licitatório estava pronto desde o ano passado mas com a transição de governo somente neste ano irá ser feito” explicou.

Em relação ao tratamento da água em Paraibano, José Nilson falou que a água está sendo clorada, mesmo depois da demolição quando vândalos quebraram o sistema antigo de cloração, que logo após houve uma readaptação de outro sistema e que desde então está funcionando normalmente, com hipocal, sendo dosado diariamente conforme as exigências da Vigilância Sanitária: “Temos dois poços clorados um ali no Marajá o P12 e  na Casa de Máquinas o P10, também vou passar para o novo gestor Hélio Pereira a questão da cloração dos poços P11 e P13 que é o poço que fica no aeroporto (Vila Aparecida) já estamos com os dosadores só falta instalar. José Nilson informou que a Prefeitura de Paraibano procurou a gerência regional para passar o poço da Subestação para a CAEMA: “A água desse poço já passa pela rede da CAEMA, então só falta oficializar a transferência para a CAEMA” afirmou e lembrou que inclusive a companhia irá fazer a manutenção de um cano que está vazando no local.

Sobre o desperdício de água potável na cidade, José Nilsom destacou que um dos locais em que há maior desperdício é na região do centro e na descida para o bairro Marajá e na Av. 1º de Maio “Até hoje não sei de onde vem aquela água toda que escorre até ali na Rodoviária…É um desperdício muito grande, de dia e de noite”.

Perguntado se a solução para evitar o desperdício seria a colocação de hidrômetros, José Nilson lembrou que já houvera essa ideia há dois anos e que estava previsto a contemplação de 2 mil hidrômetros para serem colocados na cidade, que inclusive houvera uma reunião como o juiz da época Carlos Eduardo Arruda Mont’Alverne, mas que o processo expirou, que a empresa vencedora da licitação não conseguiu colocar os hidrômetros, que foi feita nova licitação… Nilsom disse que 2 mil hidrômetros não é o suficiente mas já dá para atender a parte baixa da cidade onde há o maior desperdício de água “então o hidrômetro evita esse descuido com o desperdício de água… Em nossos relatórios Paraibano está com uma defasagem de água devido ao excesso de desperdício, então falta uma micromedição para evitar isso”.

Prédio da CAEMA em 2012  Foto:Leo Lasan
Prédio da CAEMA em 2012 Foto:Leo Lasan

Em relação aos lava jatos que utilizam muita água, foi perguntado se há uma fiscalização para orientação do consumo de água, José Nilsom esclareceu que em Paraibano no último quantitativo feito pela companhia existiam em torno de 17 lava jatos móveis que foram visitados e notificados inclusive alguns sendo multados: “Já fizemos muitas campanhas de combates a fraudes e até onde detectamos, nós adequamos os mesmos às devidas tarifas que é diferente da tarifa domiciliar, as tarifas para os lava jatos é um pouco mais alta, mas veja bem o que acontece em Paraibano é que esses lava jatos são migratórios por serem móveis, se você chega e notifica no outro dia estão em outro lugar, o que fica difícil de fiscalizar”.

CAEMA em 2014. Fotos:Lasan
CAEMA em 2014. Fotos:Lasan

Sobre a convocação dos 183 concursados aprovados para a CAEMA que foram chamados no último dia nove (9/04) pelo Governador Flávio Dino, foi perguntado quantos desses viriam para a regional de São João dos Patos. José Nilson informou que está previsto serem enviados para a regional em torno de 15 pessoas para suprir as necessidades operacionais do sistema que deverão substituir os terceirizados ou alguns funcionários que estão em processo de aposentadoria. Serão 15 operadores e 2 administrativos. As cidades que estão com funcionário se aposentando são Paraibano, Fortaleza dos Nogueira, Colinas e Jatobá. Nilsom não soube precisar o número de profissionais com processos de aposentadorias.

O ex-gerente da regional da CAEMA em São João dos Patos finalizou a entrevista agradecendo as populações das cidades onde a companhia tem escritórios, agradeceu o apoio e amplitude de equipamentos e aos prefeitos dessas cidades que lhe deram autonomia para fazer melhorias no setor de abastecimento de água. Desejou ao novo gerente Hélio Pereira tudo de bom e externou que o mesmo tem competência para desenvolver um grande trabalho.

Nelson Cavalcanti Fotos:Lasan
Nelson Cavalcanti Fotos:Lasan

“A CAEMA vai voltar a ser uma empresa de referência, de qualidade”

Afirma Nelson Cavalcanti – Diretor de Operação e Manutenção da CAEMA.

Paraibanonews: Sr. Nelson, há dois anos a  CAEMA de Paraibano está em situação precária, o senhor tem alguma informação sobre melhorias na companhia naquele município?

Nelsom: A CAEMA reconhece que precisa melhorar o abastecimento e o atendimento em Paraibano, mas vamos iniciar pela recuperação do escritório, pois já está há muito tempo naquela situação, vamos reabilitar o sistema e vamos dar um incremento na melhoria e no atendimento lá em Paraibano, inclusive estamos indo ainda hoje visitar a CAEMA em Paraibano, depois Colinas.

Paraibanonews: O Governador Flávio Dino chamou os concursados aprovados, falou de investimentos na CAEMA. O senhor tem informações em relação a essa região, quais são esses investimentos e quantos desses aprovados virá para a regional?

Nelson: A CAEMA no dia 9 de abril, lançou edital de convocação para 183 concursados aprovados como você disse, então! Esse processo já teve início, houve apresentação desse pessoal e em até 30 dias para apresentação completa, documentação, assinatura de contrato, exames médicos e logo em seguida passarão por treinamento e depois seguirão para os seus destinos de trabalho quando então terão o treinamento de campo, inclusive nessa região como em todo o estado… entretanto é bom frisar que esse contingente não é o suficiente para atender todas as demandas de pessoal, mas é preciso contemplar essas cidades com a disponibilidade financeira, só esse contingente que está sendo chamado para incorporar ao pessoal da CAEMA, vai onerar a folha de pagamento em mais de 700 mil reais, então a CAEMA tem a responsabilidade de cumprir com seus compromissos financeiros, nesse sentido só esse contingente está sendo chamado, mas havendo necessidade, vai compatibilizar no segundo momento o quadro de pessoal com as necessidades operacionais.

Paraibanonews: Sr. Nelsom, a CAEMA em muitas cidades não disponibiliza saneamento básico, seus esgotos são a céu aberto, quais são as medidas que a companhia está tomando para minimizar esse problema?

Nelson ao centro na foto maior
Nelson ao centro na foto maior

Nelsom: Essa é outra preocupação da CAEMA… Não só com o atendimento ao abastecimento de água mas também com o esgotamento sanitário. A CAEMA está desenvolvendo, está em curso um grande projeto de saneamento, esgotamento sanitário para São Luis, mas também a CAEMa está desenvolvendo projetos para as demais cidades do Estado, isso a médio e longo prazo, na busca de recursos financeiros para implementar esses projetos de esgotamentos sanitários.

Paraibanonews: A CAEMA conforme informações do diretor Davi Telles em entrevista recente, disse que a companhia tem uma dívida em torno de 700 milhões…Onde o Governo vai buscar esses recursos para sanar essa dívida e ainda melhorar os serviços da CAEMA?

Nelsom: A CAEMA está na busca também da recuperação e reabilitação financeira, tá certo? Na verdade quando assumimos em 6 de janeiro de 2015, encontramos a CAEMA numa dificuldade muito grande. Os contratos atrasados, os pagamentos atrasados com nossos fornecedores…então buscou-se no primeiro momento levantar essa situação e a negociação para saudar essas dívidas, isso está sendo feito, entretanto débitos antigos de 3 a 50 dias ou mais de 90 dias não tem como ser saudados nesse curto espaço de tempo, entretanto as negociações estão em curso, os pagamentos já começaram, mas a CAEMA busca o equilíbrio financeiro em até 16 meses… Esse é o início, a gente reconhece que é difícil, mas nós estamos trabalhando com afinco para tornar a CAEMA uma empresa sustentável financeiramente.

Paraibanomanews: Sr. Nelson, esses recursos perpassariam pela implantação de hidrômetros nas cidades?

Hélio Pereira de camisa amarela observados por Dr.Felipe, Nelson Cavacanti, prefeito Waldênio e José Nilton. Foto:Orleany Santana
Hélio Pereira de camisa amarela observados por Dr.Felipe, Nelson Cavacanti, prefeito Waldênio e José Nilson. Foto:Orleany Santana

Nelsom: Na verdade a CAEMA tem uma deficiência muito grande na micromedição, no seu parque de hidrômetros, mas a CAEMA já está em curso um programa de combate às perdas e dentre desse combate a perdas há um segmento que é a micromedição. A empresa já adquiriu hidrômetros para nossa primeira etapa que o programa prever, já com a locação de recursos, são 130 mil hidrômetros para São Luís, mas esse programa e numa outra etapa vai prever também hidrômetros para mais cidades que a CAEMA atua, por que a medição, o hidrômetro é uma ferramenta mais justa para o cliente pagar exatamente aquilo que consome e com isso a gente reconhecidamente tem uma economia de água, um uso mais racional e a água que se deixa de desperdiçar em um ponto ela vai atender outro, então é a forma mais justa de se ter a cobrança pelo serviço é com o hidrômetro e a CAEMA está trabalhando no sentido de atender a essa demanda em todos os seus sistemas com a micro missão.

Paraibanonews: Em relação aos sistemas operacionais, o que se ouve, são reclamações  sobre bombas que queimam, canos que vazam, motores danificados e outros problemas devido esses materiais serem antigos…O que a CAEMA tem a informar sobre essa situação?

Nelsom: ÉEh! Essa é uma realidade. Nós recebemos a companhia com grande parte do seu sistema com problemas operacionais. Bombas já sem rendimentos adequados, motores também, encontramos alguns sistemas queimados… Mas já estamos iniciando a reabilitação de alguns sistemas, limpeza de poços, substituições de bombas, estamos licitando ainda neste mês um contrato de manutenção de bombas para os poços… Então a gente vai ter esse processo de licitação de serviços de manutenção de poços, inclusive já está acontecendo com a reposição de bombas, a gente vai ter uma melhoria significativa em todos os nossos sistemas na melhoria do abastecimento e na confiabilidade operacional.

Paraibanonews: Sr. Nelsom, por favor faça suas considerações finais.

Nelsom: A CAEMA tem um compromisso de melhorar os seus sistemas por determinação do governador Flávio Dino a CAEMA vai continuar sendo uma empresa pública, mas uma empresa pública de qualidade, além disso a CAEMA precisa buscar a sua sustentabilidade financeira e nesse sentido nós estamos trabalhando firmemente diuturnamente na busca desse objetivo de atender cada vez melhor e mudarmos a visão que a população tem da CAEMA, a CAEMA vai voltar a ser uma empresa de referência, de qualidade.

Abaixo mais fotos da posse de Hélio Pereira; Para ver ampliada clique sobre a foto e aguarde.

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