quinta-feira, novembro 21, 2024
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ENCONTRO DE SANFONEIROS EM SÃO JOÃO DOS PATOS

O sanfoneiro riograndense (Parelhas-RN)) Manoel Dantas disse há dois anos que; “O nordestino é um guerreiro para sobreviver em uma região seca, onde não chove. Pra se divertir, o nordestino tem a sanfona, né? A sanfona que é o símbolo cultural do Nordeste”, o comentário de Manuel Dantas, foi para um programa da Rede Globo. Ainda na mesma reportagem foi mostrado que nas grandes festas de época ou em um simples arrasta-pé, a sanfona aparece como destaque ao lado da zabumba e do triângulo.

A sanfona foi criada há muito tempo, do outro lado do mundo.
Os registros históricos relatam o aparecimento de um instrumento na China, chamado cheng, 2.700 anos antes de Cristo, como o precursor da sanfona. Mas foi na Europa, especialmente na Itália, a partir do século 17, que ela se modernizou, passando por várias transformações até chegar nos moldes que conhecemos hoje.

No Brasil, a história da sanfona se confunde com a cultura da nossa música popular em várias regiões. Ela se consagrou nas mãos de grandes músicos, da gaita de Renato Borghetti, aos inesquecíveis Mário Zan, Sivuca, Hermeto Pascoal, Dominguinhos e Luiz Gonzaga. O talento desses grandes artistas influencia até hoje gente simples, que ainda não viu seu nome despontar nas paradas de sucesso. (fonte:http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2013/12/sanfoneiros-mostram-paixao-do-nordestino-pelo-instrumento.html)

Em nossa região, conhecida como médio sertão maranhense, a sanfona sempre foi motivo de alegria. Desde a folia de reis, aos forrós das fazendas, igrejas e interiores, onde quer que tivesse uma festa ou apenas um boteco. Não conheço registros dessa cultura, mas lembro muito bem dos anos 70, quando o tocador Adão Marieta em Paraibano já puxava o fole. As maiores festas eram promovidas pelos senhores Mundico Marão (no Ôlho D’Agua) e Afono Lima na Jussara. A cultura da sanfona ainda existe e é só passar nos sábados no Bar do “Sêu Lourênço” (antigo Mercado Público) para ver um trio puxando os antigos forrós, as vezes só no violão, pandeiro e triângulo, sim por que uma sanfona custa caro, me disse uma vez o maior tocador de Paraibano, o Sr. Alcides Fogo. Em Paraibano há alguns anos houve um campeonato de sanfoneiros na antiga Casa de Shows, promovido pelo empresário Ari Furtado, vieram sanfoneiros de vários Estados, foi um encontro memorável.

Cartaz do evento.
Cartaz do evento.

Resistindo aos modismos de tendências que fogem a origem do forró (De Elba Ramalho a Aviões do Forró) um encontro de sanfoneiros será realizado neste sábado (12) em São João dos Patos, para resgatar os verdadeiros sanfoneiros nordestinos, aqueles que tinham no Rei do Baião, Luiz Gonzaga o maior representante dessa cultura nordestina.

O encontro promovido pelo grande sanfoneiro Manelim da Sucupira vai reunir os dez melhores sanfoneiros da região.
Na oportunidade será mostrada um instrumento dos mais difíceis de ser feitos, a sanfona, e a mesma foi fabricada em São João dos Patos, considerada a única já produzida no Maranhão. Amante e divulgador da arte e cultura o tocador Manelim da Sucupira, construiu um clube na própria casa para divulgar a maior música nordestina. O local fica no Bairro Líder.

Para o encontro sanfoneiros como Os Três Irmãos do Nordeste, Kennedy da cidade de Barão de Grajáu, Paizinho do Acordeon, Antonio Egídio de Sucupira do Norte, Cosminho de Fernando Falcão, Risomar de Floriano, Chico Cabeludo entre outros artistas que fazem dessa região uma fonte de grandes sanfoneiros. No cartaz divulgado pelo organizador do evento não consta o nome de Alcides Fogo. Uma pena, Alcides já foi campeão de Forró em diversos encontros realizados na região. Ainda dá tempo de convidá-lo.

Para quem gosta e incentiva a cultura nordestina, o local do evento é na Travessa Padre Anchieta, logo na entrada de São João dos Patos, na casa do Manelim da Sucupira. Na ocasião será gravado um DVD para quem quizer depois dar maior incentivo aos grandes sanfoneiros.