CHUVA DESTRÓI CASAS E RUAS EM SÃO JOÃO DOS PATOS
Um temporal caiu sobre a cidade de São João dos Patos, na tarde de sexta-feira (15). A chuva derrubou casas, árvores, muros e alagou avenidas e ruas causando prejuízo aos moradores. Os bairros Santiago (que fica próximo a parte alta da cidade e a Unidade de Pronto Atendimento-UPA) e o Açudinho foram os locais mais atingidos.
Parte da casa de dona Teresa Dias de Sousa (57), localizada na Rua Rui Barbosa, veio abaixo. Felizmente nenhuma pessoa estava na residência. A moradora tinha comprado o imóvel há poucos meses e pretendia reformar: “Agora vai ficar mais difícil” desabafou dona Teresa.
Moradores da proximidade, com receios de novos temporais, retiraram móveis e mudaram para outras casas.
Conforme o motorista de van Wagner (que faz linha (viagens) de Paraibano a Floriano) o temporal começou antes em Barão do Grajaú, onde também causou prejuízos: “Quando estava chegando em São João dos Patos por volta do quinze horas, a chuva era tanta que não teve como passar pela avenida. Muitos carros ficaram parados impossibilitados de seguir viagem” relatou o motorista.
Os estragos provocados pela chuva podiam ser vistos na manhã de sábado, quando trabalhadores da prefeitura municipal reparavam os danos. Lama, restos de entulhos, ruas com calçamentos destruídos e muitas casas com marcas da infiltração provocada pela enchente. Pedreiros construíam muretas em frentes a algumas residências, onde a invasão da água foi maior.
O acesso a Unidade e Pronto Atendimento –UPA- que já era ruim ficou pior. Uma moradora da rua revelou que na sua casa a água foi tanta que chegou a cobrir o sofá.
Ainda na noite de sexta-feira (15) o prefeito Waldênio de Sousa (PMDB), o secretário de assistência social, professor Reginaldo de Lima Belchior ( Regis) e funcionários da secretaria de obras, estiveram no local, onde visitaram as famílias e tomaram as primeiras iniciativas para amenizar a situação. Na manhã de sábado (16) funcionários da prefeitura, com maquinas para limpeza estavam trabalhando nos locais mais atingidos.
REGIÃO NÃO TEM EQUIPES PREPARADAS PARA SITUAÇÕES DE DESASTRE.
A região do médio sertão maranhense teve o ano de 2015 como um dos piores em números de chuvas. As pessoas mais experientes comentavam que 2015 era comparada a década de 1915, quando começou a estiagem no nordeste. Muitas dessas pessoas são descendentes de retirantes da seca dos estados vizinhos que vieram para o oeste do Maranhão em 1920 a 1930.
A chuva dessa sexta-feira (15) mostrou um problema em caso de desastre na região. Não existe equipes preparadas para uma emergência de nível médio. A defesa civil que deve vistoriar imóveis ou riscos de desastres não desenvolve esse papel nas cidades do médio sertão maranhense. A maioria nem tem conhecimento se ela existe nos municípios. O Corpo de Bombeiro também não tem na região. O que se observou na sexta-feira em São João dos Patos foi o desespero dos moradores ao virem suas residências serem invadidas pelas águas, restos de lixo, paus, etc. Outro agravante é em relação às doenças que as águas das chuvas podem provocar nos moradores atingidos. A leptospirose (provocada pela urina de rato) é uma hipótese, nesses casos.
FALTA DE CHUVA EM 2015 PODE INFLACIONAR O MERCADO
Em 2015 os meses de outubro, novembro e dezembro quase não tiveram chuvas no médio sertão maranhense. Esse é o período que os agricultores tinham como certo para o preparo das roças. Nesses meses choveu apenas uma ou duas vezes, chuvas ralas.
A economia da região baseada na agricultura e pecuária teve baixas com o período de estiagem. O lamento foi geral. Muito gado emagreceu ou morreu as plantações não foram efetivadas no tempo certo devido à falta de chuva, somente agora em janeiro de 2016, é que agricultores começaram a preparar os campos, o que vai atrasar na colheita de grãos, frutas e leguminosas.
Na região, a maioria dos alimentos é importado da Bahia, e deve inflacionar o mercado, o preço da carne subiu desde o ano passado.
No início de 2016 chove praticamente todos os dias. Muitas dessas chuvas vêm fortes e provocam enchentes, como a que aconteceu em Barão do Grajau e São João dos Patos. Os municípios da região não tem Defesa Civil estruturada e nem Corpo de Bombeiros em casos de emergência provocadas por fenômenos da natureza, incêndios, queimadas, etc. Em caso de desastres, são os próprios moradores que ajudam uns aos outros.
Fonte e Fotos: O Quarto Poder e CECOM-SJP com edição de Léo Lasan.