quinta-feira, novembro 21, 2024
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ESCRITOR CASADO COM PARAIBANENSE GANHA PRÊMIO NO RIO DE JANEIRO

 

fb_img_1477485152430Casado com Delzuite Dantas Brito Vaz filha mais nova de Antonio de Brito Lira, o Antonio Paraibano (fundador da cidade), o professor Leopoldo Gil Dulcio Vaz (64 anos) recebeu na semana passada no Rio de Janeiro, o premio “Zora Seljan”, um dos mais importantes prêmios do Brasil.

A União Brasileira dos Escritores-UBE-RJ, concedeu o prêmio pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis”, biografia da primeira escritora brasileira que é maranhense. O livro foi publicado pela Editora da ALL, em 2015. (MFR foi à primeira escritora brasileira , autora de Úrsula. Negra, pobre, professora primária em Guimarães, sobrinha de Sotero dos Reis.)

Leopoldo Vaz (mora em São Luiz) está escrevendo em parceria com as paraibanenses Professora Delzuite Dantas Brito Vaz e a Dra. Eliza Brito um livro sobre a história de Paraibano. O livro é uma extensão da monografia sobre a história de sua família, da chegada dos Paraibanos à região do Brejo até a criação do Município; a monografia foi defendida por Delzuite quando estudante do curso de História no ano de 1992 e orientada pelo Dr. João Renôr, então professor da UFMA, e que tem fortes ligações com o sertão maranhense. O livro que terá por titulo História(s) do/de Paraibano está em fase final de acabamento, mas sem previsão de lançamento.

Após o premio, o site Paraibanonews entrou em contato com o escritor e o entrevistou. Leopoldo falou da importância do prêmio para literatura brasileira, da personagem do livro premiado, e também da sua ligação com os paraibanenses e claro! Do livro sobre Paraibano.

Veja a entrevista a seguir.

lpg6ParaibanonewsPrimeiro felicitá-lo pelo prêmio. Como foi para o senhor receber tão honroso prêmio?

Leopoldo Vaz– Obrigado! Pois é, foi a maior surpresa quando a Juçara Valverde, presidente da União Brasileira dos Escritores – RJ – UBE-RJ – ligou comunicando que havíamos ganhado o Premio “Zora Seljan” – Biografia, pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis”, publicado ano passado. Como a melhor obra biográfica publicada…

Paraibanonews – O livro tem dupla autoria, certo?

Leopoldo Vaz– Sim, é uma obra organizada por mim e pela Dilercy Adler, psicóloga, poetisa, professora doutora ex-professora da UFMA, UniCEUMA, FACAM, e atual presidente da Academia Ludovicense de Letras; idealizadora do “Projeto Maria Firmina dos Reis”, em comemoração aos 190 anos dessa escritora – a primeira escritora maranhense/brasileira… tem outro volume “190 Poemas para Maria Firmina dos Reis”, também de nossa autoria; foram lançados ano passado, por ocasião do aniversário de fundação da Academia Ludovicense de Letras. Maria Firmino Reis é a Patrona da Academia Ludovicense de Letras e a Dilercy ocupa a cadeira que a tem como patrona – e aproveitou para homenagear e fazer o lançamento desses dois volumes.

Paraibanonews – Qual a importância desse livro para literatura brasileira e especificamente para o Maranhão?

Leopoldo VazO livro resgata em especial para os maranhenses, a obra de Maria Firmina. Como disse, foram dois volumes, sendo o primeiro “190 Poemas para MFR”, em que poetas e literatos de várias partes do Brasil, e do exterior, apresentam poesias em honra à Maria Firmina; o segundo volume – o premiado – trata da vida e obra dessa escritora, também com a participação de pesquisadores e estudiosos de nossa literatura de vários lugares. Tal qual o Projeto Gonçalves Dias, nosso objetivo é divulgar a literatura ludovicense/maranhense. Como participam escritores de várias partes do mundo, é necessário, ao escrever sobre a personagem homenageada, conhecer a sua vida e obra. Daí nos empenhamos nesses projetos. Este ano, a ALL  está homenageando Coelho Neto. O fato de ter ganhado um premio nacional, dá bem a importância da biografia “Sobre Maria Firmina” que escrevemos.

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Leopoldo Vaz com a esposa Del (de preto) e a sobrinha neta Flávia (vermelho) e Rodolpho (azul).

Paraibanonews – O livro premiado faz parte de um projeto maior, qual projeto?

Leopoldo Vaz– Sim… É decorrente do “Projeto Mil Poemas para Gonçalves Dias”, idealizado pela Dilercy. Também ganhou um prêmio, este internacional, da “International Writers and Artists Association”, dos Estados Unidos, como a melhor antologia publicada em 2014 do Projeto Gonçalves Dias, também coordenado e organizado por mim e Dilercy tem um segundo volume “Sobre Gonçalves Dias” – saíram os filhos – a fundação da Academia Ludovicense de Letras e, agora, os livros lançados através da ALL, dentre estes, o agora premiado.

Paraibanonews O senhor tem outro(s) livro(s) publicados e outros sendo preparados…

lpg8Leopoldo Vaz– Sim, no campo da biografia, publiquei “Querido Professor Dimas” (2015), sobre a vida e obra de um professor de educação física da UFMA; em preparo, “Cláudio Vaz, o Alemão e o legado da geração de 53”, biografia do esportista criador dos Jogos Estudantis Maranhense-JEMs; uma Antologia, Antologia Ludovicense, também em preparo, e que deverá ter 6 ou 7 volumes, sendo que os 4 primeiros já estão prontos, e estou trabalhando o quinto, que abrange o período de 1950 até 1990; e em fase final, ‘História(s) de Paraibano’, sobre a saga da família de Antonio Paraibano… creio que é este que te interessa, já que fala do fundador de Paraibano e de sua família e a criação do município e o estado atual, da arte e da técnica…

Paraibanonews Sim… Qual a tua relação com Paraibano?

Leopoldo Vaz– Sou casado com a professora Delzuite, a filha mais nova do Antonio Paraibano. Fui coorientador da monografia de graduação dela, em História – o orientador foi o João Renôr, com fortes ligações com Pastos Bons. Resolvemos transformar em livro, junto com a Dra. Eliza Brito – somos os três os autores – haja vista a monografia ainda não foi publicada e abrangia o período de chegada dos migrantes nordestinos – a família de Antonio Paraibano junto com seus filhos – até a fundação da cidade; nesta obra ampliamos, até os dias atuais, com novas entrevistas, novos documentos, e falando um pouco mais, agora, da cidade e a sua formação. Fomos buscar depoimentos de ex-moradores do Brejo dos Paraibano, que agora vivem na Paraíba, para onde voltaram ainda nas décadas de 30 e 40, mas que são da mesma família.

Paraibanonews – Tem previsão de lançamento ?

Leopoldo Vaz– Ainda não… O ideal que fosse lançado em 31 de dezembro, data da criação do Município…

Paraibanonews Como assim? Não é 6 de janeiro?

Leopoldo Vaz– Não, esse é um erro que se comete muito no Maranhão; comemora-se a data da instalação, da posse do prefeito, e não a da criação do município. A lei que criou o município de Paraibano é datada de 31 de dezembro de 1952… e instalado em 6 de janeiro de 1953…

Paraibanonews – O que está faltando para concluir?

Leo Lasan entrevistando Dra. Eliza Brito (foto arquivo)
Leo Lasan entrevistando Dra. Eliza Brito (foto arquivo)

Leopoldo Vaz– Bom, a parte textual já está pronta, faltando alguns pequenos detalhes… o que estamos tentando reunir, agora, são as fotos dos descendentes de Antonio Paraibano, afinal, já são seis a sete gerações… Desde o Antonio, suas esposas – foi casado duas vezes, sendo que Del é do segundo casamento, assim como a Rosely… Faltam fotos dos irmãos, dos filhos, sobrinhos, que aqui vieram, se estabeleceram seja por pouco tempo ou estão aí até hoje seus descendentes; buscamos dados sobre os Faustinos – antes era o Brejo dos Faustinos… e de outras personalidades que fizeram a história da cidade. É um legado, para as futuras gerações, o conhecimento de como o povoado se desenvolveu até chegar ao momento atual.

Paraibanonews – Recentemente foi lançado outro livro no qual tem sua participação… Que livro foi esse?

lpg4Leopoldo Vaz– É, tenho um artigo num livro publicado sobre a Segunda Guerra Mundial, por ocasião do Congresso das Associações de Ex-Combatentes e veteranos da FEB, que ocorreu semana passada em São Luis. Na sexta, foram lançados alguns livros e um documentário, inclusive este, do qual participo…

Paraibanonews: Suas considerações finais.

Leopoldo Vaz– Obrigado pela divulgação de nosso trabalho, lembrando que temos nos servido do Blog e site que você publica, e sempre que necessitamos de detalhes, recorremos a você. Como o capítulo sobre o futebol, sobre a história da vaquejada de Paraibano, etc. com depoimentos que você colheu e fotos. O teu trabalho tem sido importante para o resgate dos fatos dos últimos anos, mais recentes. E aproveitamos para agradecer a autorização de uso de teu material, e você acaba fazendo parte do livro que estamos escrevendo sobre Paraibano… Obrigado…

Leopoldo Gil Dulcio Vaz nasceu em Curitiba-PR. professor de Educação Física do IF-MA (aposentado), especialista em metodologia do ensino; especialista em lazer e recreação, mestre em ciência da informação. É sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão e membro fundador da Academia Ludovicense de Letras. Premio Antonio Lopes, de Pesquisa Histórica, da Prefeitura de São Luis, junto com a Profa. Delzuite D. Brito Vaz (1995); Premio da Associação Internacional dos Escritores e Artistas (USA. 2015); Premio Zora Seljan, da UBR-RJ, Biografia, 2016; Comenda Gonçalves Dias (2013), outorgada pelo IHGM. Foi professor titular da Faculdade de Educação de Imperatriz (1976-1979, quando foi incorporada pela FESM/UEMA); Professor Titular da UEMA (São Luis, 1979-1989), Professor colaborar da UFMA (Curso de Turismo, São Luis). Professor de educação física da Escola Santa Teresinha (Imperatriz, 1976-1979) CEM Graça Aranha (Imperatriz, 1977-79, quando se transferiu para São Luis e foi incorporado ao Liceu Maranhense (São Luis, 1979-1992), Escola Técnica Federal do Maranhão, hoje IF-MA, de 1979 até sua aposentadoria. Trabalhou, também, na SEDEL.