PARAIBANO: MAGRELO, A LUTA E A RESISTÊNCIA PELA VALORIZAÇÃO DA CAPOEIRA.
Desde a época da escravidão e até hoje, em alguns lugares, a capoeira é forma de resistência à ignorância à cultura, mesmo sendo um dos símbolos que representam o Brasil.
Em Paraibano, a capoeira foi introduzida com maior vigor pelo professor Welligton de São João dos Patos no final dos anos 90.
Antônio Eduardo Oliveira Brito, o Magrelo, era um dos seus alunos. Infelizmente o mesmo faleceu em um acidente automobilístico, no mês de março de 2022, quando uma carreta atingiu a moto em que Magrelo retornava de uma pescaria. O acidente foi no povoado Coqueiro onde um buraco na pista tem causado outros acidentes.
Magrelo enfrentou em pleno século XX e início do século XXI a discriminação quanto ao seu trabalho em Paraibano, muitos pais não deixavam seus filhos praticar a capoeira por achar uma prática que “ensinava a brigar”, foi preciso muita conversa, demonstrações e paciência para vencer o preconceito e mostrar que a capoeira, além de ser uma luta, é arte, música e cultura popular.A capoeira em Paraibano era atração em todos os eventos da cidade, principalmente os de cunho oficiais da Prefeitura. Onde houvesse um evento oficial, ali estava a capoeira.
Professor Magrelo, com muito custo criou e manteve um grupo de crianças e adolescentes para praticar o esporte no município, quando o apoio faltava. Promoveu encontros com grandes mestres do Maranhão e Piauí e participou de vários encontros de capoeiristas no Brasil. Em Paraibano, a capoeira (que depende muito de apoio, assim como outros meios artísticos) começou a enfraquecer a partir de 2016, mesmo Magrelo tentando manter o esporte com seus próprios recursos. Infelizmente a cultura em nosso país não é valorizada como deve.
Neste mês de março de 2022, a despedida do professor Magrelo, deixa uma lacuna na cultura do município e marca uma data em que é preciso reconhecer o talento daqueles que fazem da sua vida uma missão para transformar o seu local no mundo. Que a luta e resistência de Magrelo seja símbolo de cultura paraibanense.